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Ingresso de novos colaboradores é marcado por formação imersiva no trabalho indigenista


Partilhar alimento, trabalho, conhecimento, informação, de forma a conectar todos em um mesmo objetivo foi a tônica que orientou o trabalho de recepção dos novos colaboradores da Associação Serviço e Cooperação com Povo Yanomami (Secoya). A organização promoveu, durante cinco dias, a imersão da nova equipe na cultura organizacional indigenista com atividades e palestras entre os dias 29 de maio e 02 de junho, em um sítio localizado no ramal Baixo Rio, localizado no município de Rio Preto da Eva, a 80 quilômetros de Manaus.


Quatro novos integrantes, chamados por meio de processo seletivo para as áreas de Educação, Comunicação, Logística e Assessoria de campo, participaram da metodologia de integração ao lado de outros cinco membros mais antigos da organização, o que permitiu o intercâmbio de conhecimento e o esclarecimento de possíveis dúvidas, segundo explica o coordenador-geral da Secoya, Silvio Cavuscens.


“Este é um modelo inovador que pensamos para permitir não apenas a imersão no universo de coletividade, um pouco do que é vivenciado pelo povo Yanomami, mas a socialização de diferentes visões de mundo e como você colabora com isso”, explica o sociólogo.


Entre os assunto abordados estiveram “Análise de conjuntura da política indigenista e ambiental brasileira”; “Histórico e conquistas do movimento indígena”; “Introdução à história e cultura do Povo Yanomami”; “Conceitos primordiais de antropologia”; “Desafios da representação política Yanomami”, “Plano de Gestão Territorial e Ambiental Indígena”; “Logística e Planejamento do trabalho de campo” e “Comportamento ético e postura em campo”.


A pedagoga Adriana Moreno, contratada para o setor de Educação da Secoya, destacou que a atividade permitiu uma visão ampliada do contexto enfrentado pelas populações indígenas no Brasil bem como uma introdução ao universo do povo Yanomami. “Foi muito importante para entender a luta deles pelo reconhecimento de uma matriz educacional própria, uma vez que a formação deles se dá no ambiente coletivo e na prática das atividades socializadas e não necessariamente apenas na escola”, explicou.


No dia anterior ao deslocamento, a coordenação promoveu a apresentação do trabalho da Secoya, os programas desenvolvidos e objetivos alcançados ao longo de 29 anos de atuação, em reunião ocorrida na sede da instituição, no último dia 28 de junho.


“Entendemos que este é um trabalho que exige o comprometimento com os valores de respeito e de preservação da cultura dos povos originários, por isso o cuidado na preparação e introdução ao trabalho iniciado por aqueles que acreditaram e acreditam num mundo melhor”, afirma Silvio Cavuscens.


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