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2021 foi o 7º ano mais quente já registrado, diz agência da ONU

Publicado em UOL | por Jamil Chade

Crédito: Malcolm Lightbody/ Unsplash

Mesmo com fenômenos que poderiam ter temporariamente esfriado o planeta, como o La Niña, 2021 ainda assim terminou como um dos sete anos mais quentes já registrados. Os dados estão sendo publicados nesta quarta-feira pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que reuniu as medidas realizadas por seis agências nacionais e regionais.


A entidade ligada às Nações Unidas ainda alerta que a expectativa é de que o "aquecimento global e outras tendências de longo prazo da mudança climática continuem como resultado dos níveis recordes de gases de efeito estufa na atmosfera que retêm o calor".


A temperatura média global em 2021 ficou cerca de 1,11 °C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900). O que ainda chama a atenção dos especialistas é que 2021 foi o sétimo ano consecutivo (2015-2021) em que a temperatura global esteve além de 1°C acima dos níveis pré-industriais.


O aquecimento, porém, não ocorre apenas de forma repentina. Desde a década de 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior. Na avaliação da agência, isso deve continuar.


"Os sete anos mais quentes foram todos desde 2015, com 2016, 2019 e 2020 constituindo os três primeiros", aponta a entidade.


"O aquecimento global a longo prazo como resultado do aumento dos gases de efeito estufa é agora muito maior do que a variabilidade anual das temperaturas médias globais causada por fatores climáticos naturais", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.


Picos e recorde Segundo ele, o ano de 2021 será lembrado por uma temperatura recorde de quase 50°C no Canadá, comparável aos valores relatados no deserto do Saara da Argélia, chuvas excepcionais e enchentes mortais na Ásia e Europa, bem como secas em partes da África e América do Sul.


"Os efeitos da mudança climática e os riscos relacionados ao clima mudaram a vida e causaram impactos devastadores nas comunidades de todos os continentes", disse Taalas.


Para chegar aos seus resultados, a entidade usou dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), da NASA, do Met Office do Reino Unido, e do grupo Berkeley Earth, além do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Alcance e seu Serviço de Mudanças Climáticas de Copérnico, e da Agência Meteorológica do Japão (JMA).


Isso permitiu o uso de milhões de observações meteorológicas e marinhas, inclusive de satélites, com valores adicionais de modelos para produzir uma reanálise.

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